Who cares

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segunda-feira, 7 de maio de 2012



     Três e quarenta e cinco da manhã; eu estou no banheiro. Passei o dia parecendo que dentro de mim havia umas cem mil agulhas machucando meu empobrecido e cansado coração. Insuportável. Apesar da babaquice generalizada, querida, eu ainda consegui me manter são, na medida em que isso é possível, é claro.
     Deixo a água percorrer todo o meu corpo. Concentro-me em sentir cada pingo do chuveiro em meu corpo, pois isso me faz esquecer brevemente das porras das cem mil agulhas que inutilizam meu coração gradualmente. Deito em minha cama paudurecente*, mas do que adianta se eu não tenho com quem foder? As bebidas não me proporcionam prazer nenhum e o cigarro agora é apenas um passa-tempo ridículo.
     Lembro que eu costumava sorrir e o dia era radiante e colorido quando estávamos juntos. Entretanto, ultimamente, nem me lembro qual o som do meu sorriso, quais são as cores que existem além de preto e branco. Ainda estou com o pau durão, mas não sinto vontade de gozar, não sinto amor.

Ass: Viesczy

*Paudurecente: ereção saudável; coloquialmente, ficar de pau duro.

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