Eram sete
e meia da noite e eu estava saindo da universidade. Tinha sido um
dia, na maior parte dele, triste. Eu cheguei na sala às sete e
quinze da manhã e ela já estava lá, sentada onde costumava sempre
ficar. Ela estava tão bonita e isso me fez sentir mal. Ela não me
queria e isso estava claro, evidente. Eu não queria ter ido assistir
aula, mas queria ir ver Ludi, mesmo que isso me fizesse mal. É
agoniante ter que olhá-la sempre que ela faz algum comentário, mas
não olhá-la também é inevitável.
Não
importava o máximo que eu fizesse por que nela não despertava o
minimo de sensibilidade, afeição ou correspondência. Então,
depois da universidade, decidi pegar o ônibus e ir direto para o bar
mais louco da cidade( Empire of Indie) e não deixar que tristeza
nenhuma me afetasse ainda mais. Tomei algumas cervejas, pois, afinal,
eu estava num bar e logo tudo se transformou num único espaço.
Encontrei, mais tarde, com Bárbara, uma velha amiga. Passamos algum
tempo longo conversando, pois o tempo que conversamos foi o bastante
para terminar uma garrafa de conhaque inteira. Conversávamos
tentando manter uma amizade que não existia mais.
O último
gole da garrafa foi da amiga de Bárbara. Daí, enquanto éramos
três, o tempo foi curto. Bárbara apenas me apresentou sua amiga e
foi embora, pois tinha que ir. Perguntei se Lili não ia junto, se ia
ficar só, e a resposta foi que ela não ficaria sozinha e me beijou.
Olhei para trás e surpreendi Ludi que virou rapidamente quando viu
que eu percebi que ela estava a me olhar.
O dia
tinha sido, em sua maior parte, triste. Agora tinha um tico de
fracasso, mas também uma felicidade que me envenenava.
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